segunda-feira, 9 de agosto de 2010

o que é projeto

CARDÁPIO DE PROJETOS

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Trabalhando com projetos:
texto básico para a discussão de todos os programas da série

O que são projetos?

São inúmeras as atividades humanas nas quais, atualmente, a idéia de projetos está colocada como uma nova forma de organizar e realizar as atividades profissionais.

Profissionais dotados de maior autonomia para tomar decisões, valorização do trabalho em grupo, desenvolvimento de vínculos de solidariedade e aprendizado constante são algumas das características incentivadas pela realização de projetos de trabalho. Em uma equipe que trabalha com vistas a realizar um projeto, são mais importantes a solidariedade e o cuidado com a contribuição de cada um para o todo, do que os níveis hierárquicos. A questão não é quem manda em quem, mas se o projeto está se tornando realidade.


Entendendo a idéia de projeto


A palavra projeto tem sido muito utilizada em várias áreas de atuação profissional. Nas escolas, falar em projeto pedagógico já se tornou moda há algum tempo. Mas, afinal, o que é um projeto? Qual das afirmações a seguir você acha mais correta?

Projeto é intenção, pretensão, sonho: “Meu projeto é comprar uma casa”.

Projeto é doutrina, filosofia, diretriz: “Meu projeto de país é muito diferente”.

Projeto é idéia ou concepção de produto ou serviço: “Estes dois carros são projetos muito semelhantes”.

Projeto é esboço ou proposta:
“Todos têm o direito de apresentar um projeto de lei ao Congresso”.

Projeto é desenho para orientar construção:
“Já aprovei e pedi ao arquiteto que detalhasse o projeto”.

Projeto é empreendimento com investimento: “A Prefeitura vai construir novo projeto habitacional”.

Projeto é atividade organizada com o objetivo de resolver um problema:
“Precisamos iniciar o projeto de desenvolvimento de um novo motor, menos poluente”.

Projeto é um tipo de organização temporária, criada para realizar uma atividade finita:
“Aquele pessoal é a equipe do projeto do novo motor”.

Todas as definições são corretas e abrangem significados do termo projeto. Neste texto, interessam os dois últimos, que definem projeto do ponto de vista do gerenciamento e administração. Projeto é atividade organizada, que tem por objetivo resolver um problema.

Uma importante distinção: projetos são diferentes de atividades funcionais.

Atividades funcionais são regulares (repetem-se sempre do mesmo modo, com pequenas variações) e são também “intermináveis”, ou seja, não têm perspectiva de serem finalizadas.

Já os projetos têm as seguintes características:


ü
Objetivo definido em função de um problema, cuja solução é o critério para definir seu grau de sucesso.

ü
Em geral, são realizados em função de uma necessidade específica, um problema.

ü São finitos: têm começo e término programados. Solucionado o problema, o projeto termina.

ü
São “irregulares”, ou seja, fogem da rotina.

Optar pela criação e implementação de um projeto, para resolver determinado problema que se tem pela frente, é uma decisão gerencial, que depende de critérios. No transcorrer do trabalho cotidiano, os profissionais envolvidos percebem problemas que atrapalham o bom desenvolvimento das ações. Esse é um exemplo de situação em que a criação e implementação de um projeto podem ajudar a resolver um determinado problema e, em conseqüência, colaborar de maneira decisiva para o trabalho em geral.

Um exemplo real: Em uma escola estadual da periferia da cidade de São Paulo, professores e direção constataram a necessidade de melhorar muito os serviços da cantina. Organizaram a partir daí um “projeto para nova cantina”. Em seguida, escolheram a comissão de educadores e pais que iria implementar o projeto. Em poucas semanas, a equipe já havia organizado uma concorrência para admitir novos administradores para a cantina. Com o esforço pessoal da diretora da escola, a comissão conseguiu uma verba junto à Secretaria de Estado da Educação para a reforma da cantina. Depois de três meses, a nova cantina já estava em funcionamento. É importante ressaltar que a verba foi conseguida pela escola graças a uma pesquisa anterior dos participantes do projeto. Pesquisando junto aos órgãos da Secretaria, o grupo descobriu que havia um fundo destinado à construção ou reforma de cantinas e outros equipamentos escolares. Essa experiência ilustra bem uma das características de um bom projeto, ou seja, a capacidade de conseguir os recursos materiais, financeiros ou humanos necessários para a sua conclusão.

A equipe de educadores de uma escola, além de considerar os projetos do ponto de vista didático, deve sempre estar atenta para os diversos problemas que existem ou surgem no trabalho e que podem ser resolvidos com a criação e implementação de um projeto.


Problemas comuns na implementação de projetos


Nenhuma abordagem, por mais sofisticada, assegura o êxito de um projeto. Muitas vezes, um detalhe põe tudo a perder. Há problemas que devem ser evitados:


ü
Objetivo confuso. Projeto com objetivo confuso tem alta probabilidade de fracasso. Não se sabendo onde se deve chegar, não se chega a lugar nenhum. O objetivo confuso pode ter várias origens: 1. O problema não foi estudado e entendido corretamente. Houve pressa em iniciar, sem clareza do problema. 2. Coordenador e equipe não entendem o problema e fazem suposições incorretas sobre o resultado a ser alcançado. 3. Objetivo claro, mas não coerente com o problema. O resultado a ser alcançado é incompatível com o problema.


ü
Execução confusa. As condições de execução tornam-se confusas nas situações a seguir: 1. As regras de decisão são imprecisas. Não há políticas nem procedimentos para resolver problemas e conflitos. 2. Autoridade e responsabilidade estão indefinidas. Não se sabe direito quem tem poderes e atribuições para quê. 3. Atividades não são coerentes com o objetivo. Isso pode ocorrer mesmo quando o problema e o objetivo são coerentes. 4. A previsão de recursos é incoerente com as atividades. Os recursos podem ter sido subestimados ou superestimados. 5. A atividade avança muito sem que pelo menos as intenções básicas do projeto estejam bem definidas.

ü
Falhas na execução: Projetos podem ser muito bem planejados e organizados, mas isso ainda não é garantia de sucesso. Podem ocorrer falhas na execução. Uma das mais comuns é a seguinte: um detalhe vital não funciona e põe tudo a perder, simplesmente porque todo mundo achou que era importante demais e que outra pessoa iria cuidar daquilo.

Condições para o êxito


A experiência mostra que as seguintes condições afetam positivamente a probabilidade de sucesso do projeto:


ü
Definição do problema. Projetos bem sucedidos, de forma geral, são definidos a partir do problema a ser resolvido e da clareza com que se define a solução do problema. O mais importante é definir com clareza os objetivos do projeto. Uma vez decidida a realização de um projeto, deve-se discutir exaustivamente como o problema pode ser resolvido e as características do resultado final, descritas nos objetivos do projeto ou em suas metas. Sempre que possível, o próprio título do projeto deve indicar as características do resultado final. Por exemplo: reforma, instalação e colocação em funcionamento da cantina escolar. Quanto mais tarde se deixa para realizar essas discussões e definições, mais difícil se torna a implementação do projeto.

ü
Envolvimento da equipe. Quanto mais o projeto representa um desafio para a equipe envolvida, maior é a probabilidade de que venha a ter sucesso. Projetos bem sucedidos criam na equipe uma sensação de propriedade: “Este é o nosso projeto, o problema que temos de resolver”.

ü
Planejamento. Projetos bem sucedidos são muito bem planejados. Uma vez estabelecidos os planos, no entanto, a equipe tem grande liberdade para executá-los. A probabilidade de o projeto ter sucesso aumenta se durante a sua implementação houver um cronograma de providências e resultados bem elaborado, a partir do qual, os participantes possam controlar o bom andamento dos trabalhos em direção aos resultados previstos. Outro fator que contribui com o sucesso de um projeto é procurar prever problemas que possam surgir em sua implantação e, com a antecedência necessária, preparar-se para resolvê-los, caso eles realmente aconteçam. Existem projetos que necessitam de recursos financeiros para sua implementação. Nesses casos, é preciso haver um bom planejamento dos custos do projeto, considerando-se quanto se vai gastar e de onde sairá o dinheiro. A existência de um coordenador é também uma providência necessária para que um projeto seja bem implementado e atinja a meta definida. A definição da função de coordenador e sua importância para um projeto encontram-se no item a seguir.

(Final do trecho adaptado do texto Gestão de projetos, presente no livro Gestão da Escola, do Programa de Melhoria do Desempenho da Rede Municipal de Ensino de São Paulo)


Cuidados para o bom desenvolvimento de projetos


Criar um projeto é definir um resultado a ser alcançado


Existem situações em que os resultados de um projeto são fáceis de definir. Por exemplo, em meados de maio, muitas escolas começam a pensar na festa junina. Para que não seja apenas um evento, pode-se então desenvolver um projeto para planejar, organizar e realizar uma festa junina que envolva toda a comunidade escolar. Em casos assim, os resultados bem definidos orientam o planejamento e a implementação do projeto. Para fazer uma festa junina é preciso escolher uma data e pensar nos preparativos: decoração da escola, quadrilha, venda de refrigerantes e comidas (quais?), jogos (derrubar latas com bolas de meia, coelho que entra na casa, argola, etc.). É preciso pensar ainda na divulgação externa (faixas, cartazes, rádio local, jornal do bairro, carta aos pais e responsáveis) e interna (comunicação aos alunos, professores e funcionários). Em muitas escolas pode ser necessário, em uma festa na qual a escola permanecerá aberta, pedir a presença de policiais para evitar ocorrências indesejáveis. Para cada um dos itens mencionados acima é preciso haver pessoas que se responsabilizem por sua resolução. É fundamental destacar que esta e outras festividades que têm origem na tradição popular devem ser sempre contextualizadas, possibilitando um enfoque enriquecedor e envolvendo a família e toda a comunidade.

Outros casos em que os resultados do projeto já estão definidos pela própria situação: limpeza e pintura das paredes externas da escola; mutirão de limpeza das áreas externas da escola (pátio, jardins, quadras, corredores, etc.); mutirão para a remodelação dos jardins da escola; organização e realização de um torneio de voleibol entre as turmas de Ensino Médio; organização e realização de um festival de música aberto a todos os alunos, professores, funcionários e familiares de alunos. Porém, nem sempre as coisas são tão simples assim. Quando o problema é o que fazer para acabar com depredações nas instalações da escola, ou como diminuir o número de alunos em recuperação nas quintas séries, ou ainda, como conseguir a participação das famílias dos alunos na vida escolar, as coisas se tornam mais complicadas. É preciso, então, refletir sobre os problemas e pensar em quais podem ser os resultados esperados para um projeto, pois este é o primeiro passo para planejar e implementar esse projeto com grandes possibilidades de êxito.


A implementação do projeto e a avaliação permanente


O projeto começa a se tornar uma realidade, diversas pessoas já estão em plena atividade resolvendo problemas, tomando providências, realizando tarefas necessárias à consecução dos objetivos. Durante esse período de implementação do projeto, é muito importante que a equipe, liderada pelo coordenador, mantenha-se atenta à execução do cronograma, acompanhando se as coisas estão dando certo, se o que foi imaginado está se realizando. O papel do coordenador nesse processo é muito importante, pois essa preocupação com a avaliação deve estar presente todo o tempo, desde o começo da execução do cronograma, e não somente quando o projeto está no final, ou quando as coisas já não deram certo. Por exemplo, se uma tarefa deve estar pronta dentro de uma semana e ainda não há perspectivas de ser resolvida, o coordenador precisa chamar o responsável, ver o que está acontecendo, se a pessoa precisa de ajuda, se há algum problema relacionado com a própria tarefa e se tudo estará resolvido no prazo previsto. A avaliação permanente deve se concretizar em ações corretivas, assim, se for preciso, o coordenador deve tomar as providências necessárias para que a tarefa esteja feita no prazo.


Perguntas e providências que auxiliam no planejamento e implementação de projetos


Quais as tarefas e providências necessárias à implementação do projeto e quando elas devem ocorrer?

O que não pode ser esquecido, pois poria tudo a perder?

Itens do planejamento que não devem ser esquecidos:


ü
Todo bom plano de trabalho tem um cronograma, no qual todas as tarefas e providências estão relacionadas, com data de início, final e nome dos responsáveis.

ü
Fechando o cronograma, encontram-se os resultados do projeto e a data planejada para sua finalização.

ü
Relacionada a cada tarefa ou providência, aparece(m) o(s) nome(s) do(s) responsável(is) pela sua execução.

ü Um bom cronograma de implementação deve estabelecer os momentos em que a equipe irá se reunir com o propósito principal de avaliar a execução do plano e verificar se o que foi imaginado está acontecendo, ou se há necessidade de alterar tarefas, providências e prazos.

Os projetos no espaço escolar


Em uma escola, os projetos podem ser utilizados em vários aspectos diferentes do trabalho. Pode-se desenvolver projetos em trabalhos da administração escolar, em ações de apoio ao trabalho pedagógico e em outros aspectos do funcionamento escolar que não envolvem o ensino diretamente. Já os projetos didáticos têm por meta principal o ensino de alguns conteúdos predeterminados e neles a participação dos alunos é, evidentemente, indispensável.

Professores, equipe técnica, direção e pais podem utilizar a idéia de projeto para planejar, organizar e realizar uma festa na escola, uma feira cultural ou um festival de música. Nesses casos, a participação de alunos deve ser decidida pelos educadores. Os alunos podem estar presentes desde o planejamento, ou serem convidados a colaborar somente no momento da realização. Os objetivos educativos relacionados ao projeto é que devem orientar os educadores quanto à participação de alunos nesses casos.

A presença de um coordenador de projeto também deve ser uma decisão relacionada ao tipo de projeto e seus objetivos. Nos projetos didáticos, os alunos geralmente desenvolvem suas atividades organizados em equipes. O trabalho em equipe deve ser considerado no planejamento anterior feito pelos professores. É preciso considerar se os alunos já têm autonomia suficiente para desenvolver as principais tarefas relativas ao desenvolvimento do projeto, ou se os professores envolvidos deverão acompanhar os alunos em algumas delas. A própria existência de um coordenador de equipe deve ser decidida em função dos objetivos educativos relacionados ao projeto. Nos projetos didáticos desenvolvidos com alunos das séries iniciais, por exemplo, o trabalho do coordenador é geralmente feito pela própria professora que, por sua vez, compartilha as decisões com seus alunos.

Quando os projetos são desenvolvidos pelos educadores e funcionários, com objetivos relacionados ao trabalho desses profissionais, a existência de um coordenador de projetos é importante. O coordenador tem como principal função controlar o desenvolvimento das tarefas necessárias à boa implementação do projeto. Ter certeza que todas as tarefas têm um responsável por sua execução, controlar o cronograma de trabalhos evitando atrasos e auxiliando os responsáveis, quando necessário, são algumas responsabilidades do coordenador. Quando o projeto necessita recursos financeiros, o coordenador deve também controlar o orçamento, com ou sem auxílio de outras pessoas.


Os projetos didáticos na escola de Ensino Fundamental


A professora Delia Lerner, em seu texto “É possível ler na escola?” nos mostra que o planejamento do ensino pode ser organizado a partir de quatro diferentes modalidades de ensino: as atividades seqüenciadas, as atividades permanentes, os projetos didáticos e as situações independentes.

As atividades seqüenciadas são situações didáticas articuladas, que sempre possuem uma seqüência de atividades, cujo principal critério de organização é o nível de dificuldade, e que estão sempre voltadas ao ensino de um conteúdo pré-selecionado. Têm um tempo de duração variável, que depende do conteúdo que se está ensinando.

As atividades permanentes são situações didáticas propostas com regularidade, cujo objetivo principal é a construção de atitudes e o desenvolvimento de hábitos. Promover o gosto pela leitura e a escrita, aprender a ler o jornal diário são aprendizagens que podem ser desenvolvidas a partir de atividades permanentes. A principal característica dessas atividades é que elas se repetem sistematicamente em horários preestabelecidos com os alunos, podendo ser diárias, semanais ou quinzenais. São exemplos dessas modalidades de ensino a roda de leitura de jornais, a leitura compartilhada, a hora da notícia, etc.

As situações independentes são situações ocasionais em que algum conteúdo importante está em jogo e deve ser trabalhado em sala de aula. Mesmo que esse conteúdo não tenha uma relação direta com o que está sendo tratado nas seqüências didáticas ou nos projetos. Têm tempo de duração variável, podendo ser um assunto que está interessando à comunidade escolar em um determinado momento, ou mesmo uma discussão sobre um livro trazido à classe por um aluno.

Já os projetos didáticos são situações que partem de um desafio, de uma situação-problema e que sempre têm como um de seus objetivos um produto final. Na maioria dos casos, os projetos envolvem mais de uma área de conhecimento sendo, portanto, interdisciplinares.

A seguir, comentamos as principais características didáticas e pedagógicas dos projetos didáticos.

Uma unidade didática é “um conjunto ordenado de atividades, estruturadas e articuladas para a consecução de um objetivo educativo em relação a um conteúdo concreto.” (Ver Construtivismo na Sala de Aula, Cesar Coll e outros, editora Ática, 1996, capítulo 6: Os enfoques didáticos).

Quando os educadores planejam uma unidade didática, pensando em como os conteúdos podem ser trabalhados com os alunos, as propostas de ensino podem ser organizadas de duas formas básicas:


1. Uma unidade didática simples, ou

2. Uma unidade didática organizada como projeto.


Nos dois casos, o planejamento da unidade didática deve conter:


ü
Uma definição clara dos conteúdos a serem ensinados e seus respectivos objetivos educativos, isto é, o enfoque e a profundidade com que o processo de aprendizagem deve ocorrer. (Um objetivo em educação é sempre um processo de crescimento pessoal que se pretende proporcionar ao aluno por meio do ensino.)

ü
Uma seqüência ordenada de atividades que serão propostas aos alunos com o propósito de atingir os objetivos relacionados acima.

ü
Uma avaliação permanente das propostas de ensino e dos processos de aprendizagem que ocorrem durante todo o desenvolvimento da unidade.

Tanto na unidade didática simples, quanto nos projetos, o educador deve sempre considerar algumas preocupações relacionadas à concepção construtivista de aprendizagem escolar (Ver Construtivismo na Sala de Aula, Cesar Coll e outros, editora Ática, 1996, capítulo 1: Os professores e a concepção construtivista), tais como:


ü
Para agir, o professor deve considerar o estado inicial de seus estudantes, a partir do qual ele construirá situações de ensino com o propósito de desencadear nos alunos um processo cognitivo e afetivo que envolva os conteúdos escolhidos, de modo a provocar aprendizagens significativas relacionadas a esses conteúdos.

ü
O estado inicial dos alunos é definido pelos conhecimentos anteriores que eles possuem sobre os conteúdos envolvidos em cada proposta de ensino. Conhecimentos esses que serão a base a partir da qual os alunos poderão fazer relações e construir significados para aquilo que estão aprendendo.

ü
Para que haja desenvolvimento integral do cidadão, é preciso que os alunos aprendam também o que é aprender. Esta preocupação deve se refletir na prática pedagógica através de aprendizagens que permitam realizar reflexões de natureza metacognitiva, isto é, aquelas que tratam de explicar o que se está fazendo para aprender e por quê. A Concepção Construtivista da Educação Escolar diferencia-se de outras concepções educacionais por considerar que pensar-se como estudante é um CONTEÚDO da educação, incluindo aqui, ainda, o desenvolvimento da autonomia intelectual desse estudante.

Mas, o que DIFERENCIA uma unidade didática simples, de uma unidade didática desenvolvida por projeto?

A principal resposta a essa questão é: em um projeto há uma idéia, uma possibilidade de realização, uma meta, um querer que orienta e dá sentido às ações que se realizam com a intenção de transformar a meta (o sonho) em realidade.

Num projeto há sempre um futuro que pode tornar compreensível e dar sentido a todo o esforço de busca de informações e construção de novos conhecimentos.

[...] o projeto é a possibilidade eleita. Aquela que está orientada para a ‘realização’, palavra magnífica que deveria reservar-se para a livre ação humana.” (Teoria da Inteligência Criadora, José Antonio Marina, Editorial Caminho, Lisboa, 1995, p.168.)

Esta é a segunda tese deste livro, que pode enunciar-se assim: a pessoa inteligente dirige a sua conduta mediante projetos, e isso permite-lhe aceder a uma liberdade criadora.” [...] Criar é submeter as operações mentais a um projeto criador.”(Idem, p.169.)

A primeira componente do projeto é a meta, o objetivo antecipado pelo sujeito, como fim a realizar.” (Idem, p. 178.)

Nesse sentido, em uma unidade didática desenvolvida por projeto, todos os alunos devem conhecer e compreender qual é a idéia que está sendo posta em prática, todos devem conhecer e compreender a meta: fazer um livro; preparar uma campanha de esclarecimento; organizar um passeio ecológico.

Esse conhecimento inicial da meta que dá origem ao projeto é fundamental para que os alunos possam compreender as decisões que vão sendo tomadas durante a realização do mesmo. Durante o desenrolar do projeto, deve-se estabelecer uma cumplicidade de propósitos entre os alunos e destes com o(s) professor(es), provocando o surgimento de um ambiente de trabalho criativo, no qual cada indivíduo pode contribuir com suas aptidões, ou estar disposto a enfrentar o esforço de aprender algo novo e que se mostrou necessário em função do próprio projeto.

O trabalho com projetos pode dar conta de alguns objetivos educacionais com maior profundidade, em particular o desenvolvimento da autonomia intelectual, o aprender a aprender, o desenvolvimento da organização individual e coletiva, bem como a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas com o propósito de realizar pequenos ou grandes projetos pessoais.

Para que o trabalho com projetos dê bons resultados, o professor deve tomar alguns cuidados, além daqueles necessários em qualquer situação de ensino:


ü
O projeto precisa estar bem definido, ou seja, alunos e professores devem ter uma idéia bem clara daquilo que se vai fazer, a meta: um objeto (livro, maquete, desenho, cartaz, escultura) ou uma ação (passeio, campanha, seminário, show musical).

ü
É a idéia básica do projeto (a meta, o sonho) que determina e justifica as fases do projeto. Essas fases podem envolver estudo, pesquisa, construção, ensaio, e todas a ações que forem necessárias para a realização do projeto.

Nesse sentido, costuma-se dizer que, para ser um projeto, o desenvolvimento do trabalho na sala de aula deve ter a participação dos alunos em algumas decisões, para que eles aprendam também a analisar situações, tomar decisões e ter a experiência de pôr em prática o que foi planejado. Dizendo de outro modo: no desenvolvimento de um projeto, as decisões devem ser partilhadas entre professor e alunos. Mesmo as decisões que são tomadas previamente pelo professor devem ser explicadas e justificadas, ou seja partilhadas com os alunos, tendo como referência a realização do projeto.


ü
É sempre importante que os professores comentem com seus alunos as semelhanças e diferenças que existem entre o projeto desenvolvido na escola pelos alunos, e o mesmo tipo de projeto quando é desenvolvido em situações reais, naquilo que podemos chamar “mundo real”.

NOTAS:

1 Adaptado do texto Gestão de projetos, presente no livro Gestão da Escola, do Programa de Melhoria do Desempenho da Rede Municipal de Ensino de São Paulo; iniciativa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em convênio com a Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo, 1999.

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domingo, 30 de maio de 2010

Atividade 11

O mito da telinha ou o paradoxo do fascínio da educação mediada pelo computador

Muito interessante quando o texto salienta o fato de erros e acertos no uso do computador. Temos que fazer uso da tecnologia para obtermos a mesma experiência que tivemos sendo professores cuspe e giz. Errar e acertar faz parte do processo e não podemos temer o novo. Só assim teremos domínio dessas habilidades. Outro fato interessante comentado, é que algumas pessoas adquirem conhecimento no método tradicional do cuspe e giz, mas, esse método não pode ser alcançado por todos, pois, nem todos tem essa habilidade. A tecnologia usada na educação serve para dar mais vida as aulas. Somos tocados pela imagem através de movimentos, pela música que nos comove, pela narração emocionada. Assim, todos os sentido são acionados, quando interagimos com o material de apoio (TIC'S).

Atividade 10

Entrevista com Lucas Ciavatta

Tendo uma visão além de sala de aula, o professor Lucas Ciavatta conseguiu interagir arte, disciplina e conteúdo, mesmo sendo educador de outra área. o professor conseguiu transformar os alunos em profisionais. A crença é que vale a pena se esforçar para aprender. É importante estarmos lendo vários autores, pois, as idéias não surgem do nada. Outro fato interessante é que quem aprende se torna apto a ensinar. Os alunos tem assumido essa proposta como um desafio, e isso os fazem lutar para conseguir.

Atividade 9

Criar uma aula utilizando as TIC'S

Projeto Ciranda da leitura

Título: Leitura interativa

Na escola Municipal professora Elga Reis existe um projeto titulado Ciranda da leitura. O objetivo desse é aproximar a família, comunidade, escola e alunos da leitura. Cada professor, em datas pré-definidas, deve convidar todos da escola, família e comunidade para compartilhar com a turma uma leitura da maneira que lhe melhor aprover. Chegou a vez do 3º ano D de 9 anos.
Como estou fazendo o curso da proinfo e estou aprendendo várias formas de integrar conteúdo com a informática, escolhi junto com a turma produzir uma história no power point, pois, possibilita todo público a ler ao mesmo tempo interagindo com o livro.

Objetivos:
* Desenvolver o gosto literário;
* Esplorar o power point;
* Interagir a comunidade escola e alunos à leitura utilizando as TIC's;
* Construir um texto coletivamente e manualmente e transferí-lo para o power point.

Duração:
Durante um Trimestre

Desenvolvimento:
Partir do fato que as crianças gostam muito de contos, criei um texto e contei-lhes a história. Então, usei o power point para criar a história extraindo figuras da internet e anexando ao texto. Após ouvir a hitória, as crianças, recontaram a mesma e criaram um livro com seus prórios desenhos. Usamos a sala de informática para projetarmos a história no power point e as fotoos que foram tiradas durante todo processo. Fizemos uma sequência didática com atividades referentes as história com interpretação de texto, caça-palavras, cruzadinhas, desenho livre, situações problemas não convencionais, escritas de bilhetes e reescrita do texto. Após explorarmos bem o tema, escolhemos a data e convidamos a comunidade, a família e toda a escola para compartilharem conosco das nossas descobertas. Assim estaremos alcançando nossos objetivos.

Avaliação:
Ocorre em todos os momentos, por meio da oralidade, da participação e da escrita dos conteúdos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Atividade 8

Página 113
Para mim é muita novidade tecnológica. A wikipedia é uma enciclopédia on line colaborativa radical. Qualquer pessoa pode não só lê seu conteúdo, como modificá-lo, acrescentando, retirando, ligando outros documentos, reformatando, corrigindo e traduzindo verbetes. A fiscalização é feita pelo próprio usuário que pode atualizar ou apagar informações erradas. Qualquer um tem propriedade para escrever sobre algo. O próprio fato dele poder escrever, falar e atuar continuamente é prova desta sua competência sobre os saberes que desenvolveru ao longo da vida. Há milhares de anônimos intelectuais orgânicos que hoje tornam essa experiência realidade e isso é prova maior da viabilidade destas idéias.

Atividade 7

Página 110
Blog
Como é relatado no texto, muitas escolas já estão aplicando o blog como fonte integrante de comunicação e recurso de troca de experiência. Mesmo por que os próprios alunos correm atrás do que é novo na tecnologia. Nós, como educadores, precisamos acompanhar essa nova era para não ficarmos arcaicos. Quando o aluno escreve(posta) no seu blog está crescendo e se tornando crítico. Ele tem a oportunidade de se interagir com outras pessoas do país inteiro. É importante ser lido, visto, expressar suas opiniões, expor-se da maneira que lhes melhor aprouver. Fico dividida quanto a grafia correta para os blogs. Tenho que ler mais a respeito desse assunto. Temos que deixar bem claro que outras pessoas irão ler e precisamos ser bem claros quanto a isso. A comunicação é o que e como o outro entende o que falamos.

Atividade 7

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Atividade 6

Atividade 6
Página 105
Concordo com o texto quando fala que o hipertexto proporciona ao aluno a oportunidade de enriquecer sua aprendizagem. O aluno torna-se mais ativamente participativo em relação ao processo de aquisição de conhecimento porque ele tem a liberdade de elaborar livremente sob sua propria responsabilidade com trajetos de seu interesse , acessando, sequenciando, derivando significados novos e acrescentando significados novos as informações.
É fato que precisa ser bem planejado. Assim enriquece o aluno, o aprendizado e facilita a aquisição de conhecimentos.

Atividade 5

Atividade 5
Pesquisa sobre hipertexto

Hipermídia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O conceito hipermídia, juntamente com hipertexto, foi criado na década de 1960 pelo filósofo e sociólogo estadunidense Ted Nelson. Este pioneiro da Tecnologia da Informação criou o conceito a partir da sua experiência pessoal com o computador nos anos 1960. Ted Nelson foi o primeiro a vislumbrar o impacto da máquina computacional nas humanidades e também foi o pioneiro a relacionar computação com teoria literária e antever os impactos que a digilização do conhecimento traria para a humanidade, como podemos observar, atualmente quase todas as informações, periódicos, livros, vídeos e áudios. Ted Nelson esteve no Brasil em 2005 no FILE Festival Internacional da Linguagem Eletrônica.

Índice

[esconder]

[editar] Descrição

Segundo Laufer & Scavetta, hipermídia (ou Hipermédia em Portugal) é a reunião de várias mídias num suporte computacional, suportado por sistemas eletrônicos de comunicação. O livro Texte, Hipertexte, Hipermedia, lançado originalmente em francês, faz alusões explícitas ao criador do Hipertexto e da Hipermídia e procura dar uma visão histórica dos fatos relacionados à invenção do conceito. No Brasil um dos primeiros livros lançados sobre o tema foi o do pesquisador André Parente. O livro Imagem-Máquina, editado pela editora 34 em 1993 traz uma série de textos interessantes sobre o assunto. Outros livros não seguiram algumas linhas propostas pela leitura organizada por Parente, mas temos de notar que no Brasil surgiu uma tendência a associar metáforas gregas às definições de hipermídia, o que, diga-se de passagem, não é só uma escolha dos pesquisadores dessa área no Brasil. Contudo, essa tendência não é notada em outros lugares, tendo em vista que a hipermídia vem sendo disseminada no campo interdisciplinar da literatura, da escrita criativa e da computação em países como Estados Unidos, Inglaterra, Espanha e França e produzindo resultados interessantes no âmbito da experimentação do que Ted Nelson prenunciou.


[editar] Referências contemporâneas

O texto escrito para o congresso da ACM por Tim Berners-Lee de certa forma fez com que o campo da hipermídia se expandisse. Ao propor a WWW como conceito e ferramenta de interligação de computadores ao redor do mundo, Berners-Lee acabou por realizar, ainda que de forma limitada, o sonho de Ted Nelson com seu projeto Xanadu, ou seja, de interligar todos os documentos textuais e visuais em sistemas informacionais.

Pesquisas como a dos professores e poetas Wilton Azevedo e Philadelpho Menezes também já adiantaram várias questões em torno da hipermídia como linguagem e como escritura expandida. O trabalho internacionalmente reconhecido Interpoesia é uma das chaves para a compreensão da hipermídia no campo poético, tanto que é o único trabalho brasileiro na área reconhecido pelo pesquisador George Landow, no seu último livro Hypertext 3.0 (2006).

Hipermídia une os conceitos de não-linearidade (não-linear), hipertexto, interface e multimídia numa só linguagem. Traduzida erroneamente como mero suporte, hipermídia não se configura só como meio de transmissão de mensagens, e sim como uma linguagem com características próprias, com sua própria gramática. Hipermídia, diferentemente de multimídia, não é a mera reunião dos meios existentes, e sim a fusão desses meios a partir de elementos não-lineares.

Segundo Bugay (2000),uma forma bastantes comum de Hipermídia é o Hipertexto, no qual a informação é apresentada ao usuário sob a forma de texto, através de uma tela do computador. O usuário pode iniciar uma leitura de forma não linear, ou seja, escolhe entre o início, meio ou fim de um texto. Segundo o autor citado, a Hipermídia pode ser considerada uma extensão do Hipertexto, entretanto, inclui além de textos comuns, desde sons, animações e vídeos, e de uma forma interativa, com apenas um clicar de botão, o computador responde ao caminho desejado.

[editar] Bibliografia

  • AZEVEDO, Wilton & MENEZES, Philadelpho. Interpoesia. Cd-rom interativo. Fapesp-Mackenzie, 1999.
  • AZEVEDO, Wilton. Poética das Hipermídias. São Paulo, editora Mackenzie, 2003. Livro on-line em

http://www.mackenzie.com.br/interacao/www2003/poeticadaship.pdf

  • BARRETO, Ricardo and PERISSINOTTO, Paula (2000) a_cultura_da_imanência,Eletronic Brasil
  • BEIGUELMAN, Giselle. O livro depois do livro. São Paulo, editora Peirópolis, 2003. Link do livro on-line:

http://www.uol.com.br/cultvox/livros_gratis/o_livro_depois_do_livro.pdf

  • BUGAY, Edson Luiz; ULBRICHT, Vania Ribas. Hipermídia. Florianópolis: Bookstore, 2000.
  • LANDOW, George. Teorías del Hipertexto. Madrid, Paidos, 1997.
  • LANDOW, George. Depois do Híper. Revista Trópico, 2004. Link:

http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2471,1.shl

  • LEÃO, Lucia. O Labirinto da Hipermídia. São Paulo, Iluminuras, 1999.
  • TORI, Romero. Criando multimídia. 1994.
  • MORAES, Dênis. Planeta Mídia, tendências da comunicação na era global. São Paulo: Editora Letra Livre,1998.
  • NEGROPONTE, Nicholas. A Vida Digital. São Paulo: Companhia das letras, 1995.
  • NELSON, Ted. Libertando-se da prisão da internet. São Paulo, FILE Editorial, 2005. Ou no link:

http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2674,1.shl

  • PARENTE, André. O Virtual e o Hipertextual. Rio de Janeiro: Pazulin, 1999.
  • PARENTE, André (org); Imagem-Máquina: a era das tecnologias do virtual. Rio de Janeiro: Editora 34; 1993
  • PINHO, J. B. Relações Públicas na Internet: técnicas e estratégias para informar e influenciar públicos de interesse. São Paulo: Summus, 2003.
  • PÓVOA, Marcelo. Anatomia da Internet. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2000.
  • PRIMO, Alex. Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador. Trabalho apresentado no Núcleo de Tecnologias da Informação e da Comunicação, XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo Horizonte/MG, 02 a 06 de setembro de 2003.
  • RADFAHRER, Luli. Design / Web / Design 2. Rio de Janeiro: Market Press, 2001.
  • RANGEL, Ricardo. Passado e Futuro da Era da Informação. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.
  • SCAVETTA, S. & Lauffer, R. Texte, Hipertexte, Hipermedia. Paris, Intro, 1997.
  • SILVEIRA, S. A. Exclusão Digital: a miséria na era da informação. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2001.
  • VIEIRA, Eduardo. Os bastidores da Internet no Brasil. Barueri, SP: Manoele, 2003.
  • WARDRIP-FRUIN, Noah. Primeiros passos de uma nova arte. Entrevista à revista Trópico, 2005.

Link: http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/2596,1.shl

  • WERTHEIM, Margaret. Uma História do Espaço de Dante à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
  • WOLTON, Dominique. Internet, e depois? Uma teoria crítica das novas mídias.

Atividade 4

Atividade 4

Pesquisa inclusão digital.
São muitas as escolas que já trabalham com a inclusão digital. Acho essa iniciativa maravilhosa. Nossas crianças são super capazes e absorvem muito rápido os conteúdos da informática.
exemplifico com uma pesquisa que fiz:

MEC promete computador individual para alunos da rede pública. Brasília recebe este ano projeto-piloto.

Em 2005, um famoso professor norte-americano apresentou uma idéia inovadora no Fórum Econômico Mundial, evento que reúne líderes de vários cantos do mundo. Nicholas Negroponte (então diretor de um dos mais respeitados institutos de tecnologia do mundo, o Massachusetts Institute of Technology —MIT) propôs a fabricação de computadores portáteis a um preço bem reduzido: US$ 100 (R$ 210, aproximadamente). A finalidade? Distribuir os equipamentos nas escolas dos países em desenvolvimento, para crianças de baixa renda. Para o especialista, a tecnologia revoluciona a educação, estimulando a construção do conhecimento pelo próprio aluno.

Mesmo sob os olhares duvidosos de muita gente, o professor conseguiu emplacar a idéia em muitos países, inclusive no Brasil. O projeto está saindo do papel. Os equipamentos já começaram a ser utilizados. O Ministério da Educação recebeu 1.840 laptops como os idealizados por Nicholas. São três modelos, fabricados por empresas diferentes. Em nada se parecem com os modelos tradicionais de computadores portáteis que estamos acostumados a ver. Eles são menores (do tamanho de um caderno), mais leves (pesam mais ou menos um quilo) e possuem a estrutura interna modificada para atender às necessidades escolares apenas.

Os computadores recebidos pelo MEC estão passando por análises de especialistas e serão testados em 10 escolas brasileiras (a definir) ainda este ano. Os estados escolhidos foram: Amazonas, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal. “É importante avaliarmos o potencial pedagógico desses equipamentos antes de distribuí-los às escolas”, ressalta o gerente do projeto Um Computador por Aluno (UCA) do Ministério da Educação, Espartaco Madureira. Ele destaca que os professores poderão realizar inúmeras atividades para complementar as aulas, como simular experiências químicas, apresentar vídeos e músicas aos alunos.

Os três modelos doados ao governo brasileiro são: o XO, da associação sem fins lucrativos criada por Nicholas, a One Laptop Per Child (OLPC); o Mobilis, da empresa indiana Encore, e o Classmate, da Intel. A idéia de Nicholas, o idealizador do laptop de baixo custo, é que o produto não seja comercializado. Os governos interessados financiariam a produção do XO para a distribuição gratuita nas escolas. A ambição do professor é conseguir reduzir ainda mais os custos de produção dos laptops. Até 2.010, ele pretende fazer com que o custo de cada equipamento seja de US$ 50.

À frente do conhecimento

Léa da Cruz Fagundes, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é uma das especialistas que testa os laptops produzidos pela OLPC. Ela garante que as máquinas podem melhorar a qualidade da educação. “O computador não é uma ferramenta, é um novo ambiente digital. Foi desenvolvido dentro de um novo paradigma, que não privilegia o ensino como transmissão, pois foi concebido como um recurso para enriquecer ambientes de aprendizagem”, afirma. Léa explica que o XO consome uma quantidade mínima de energia, possui um carregador manual de bateria livre de toxinas e tem acesso à internet sem fio.

Outra curiosidade do equipamento: ele é equipado com a rede mesh, que permite que apenas um computador conectado à internet distribua o acesso aos outros. Alunos e professores podem participar de uma mesma atividade simultaneamente. O laptop possui também uma câmera de vídeo e caixas de som. No Sul, jovens técnicos na área de informática vão desenvolver programas que atendam às necessidades deles. “Nossa proposta é estudar o uso do laptop para inovar as práticas pedagógicas, reestruturando currículo, espaços, tempos e funções”, destaca.

Os sem-computador

Para Bruno Silvano dos Santos, 17 anos, é difícil acreditar que um projeto como esse se tornará realidade. “É ótimo, mas não tenho fé de que aconteça não”, analisa. A descrença do jovem é compartilhada por outros colegas. Thaíssa Lorena Silva Araújo, 12, lamenta que todas as boas idéias se restrinjam ao papel. “Os brasileiros pagam tantos impostos, mas nada é feito para melhorar as escolas”, critica. Isabela Aguiar, 12, Louíse Soares, 12, e Evandro de Araújo, 15, entoam o coro dos descontentes.

O pessimismo dos estudantes tem justificativa. O Centro de Ensino Médio Stella dos Cherubins em Planaltina, onde estudam esses jovens, foi inaugurado em 2002. É uma escola grande e bem cuidada. Há tempos, eles aguardam a promessa de receber computadores para um laboratório de informática, que já possui sala reservada. Mas, por enquanto, a sala continua abrigando carteiras e cadeiras sem utilidade no momento. As máquinas nunca chegaram ao colégio.

O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) cedeu 10 computadores ao centro de ensino com a finalidade de promover qualificação dos estudantes. No entanto, as máquinas estão encaixotadas porque não há mobiliário para colocá-las ou técnicos para instalá-las. “A gente não consegue colocar para funcionar”, lamenta o diretor da escola, Adimário Rocha Barreto.

Para a professora de história Giselma Augusto promover a inclusão digital é uma das tarefas da escola. Por isso, considera esse tipo de iniciativa de suma importância. Mas ela lembra que a qualificação dos professores é essencial. “Se eles não forem preparados para lidar com as ferramentas, elas correm o risco de ficar sem utilidade”, reforça.

Solidariedade

Para Lhaine de Medeiros, 15, a luta de fazer trabalhos escolares à mão acabou há três meses. As pesquisas ficaram mais fáceis desde que seu pai lhe comprou um computador e ainda economiza o dinheiro gasto nas casas em que se paga pela hora de utilização de internet. A estudante garante que a vida não era fácil. Por isso, é solidária com os amigos que ainda enfrentam a mesma dificuldade. Quando eles precisam, empresta o computador. “Eu corria para a casa do vizinho também”, conta.

Valéria de Oliveira, 16, Dariane da Silva, 17, Daniel de Oliveira, 15, Dayane de Lima, 18, e Jéssica Gracielly de Andrade, 14, são alguns dos colegas que pedem auxílio à Lhaine. Nenhum possui o equipamento em casa. Na escola em que estudam, em Santa Maria, também não há computadores disponíveis aos alunos. “No ensino fundamental, a escola tinha laboratório de informática. Era essencial para as nossas pesquisas”, conta Jéssica.

Dariane acredita que a sala de aula não é suficiente para a aprendizagem. Atividades práticas (como as simulações de experiências em computador possíveis nos laptops analisados pelo MEC) fariam com que o conteúdo fosse melhor compreendido pelos jovens. “Faz muita falta. A prática facilita a compreensão”, diz.

É importante que as escolas ofereçam acesso à informática?

"Sem dúvida, a escola que só transmite informações aos alunos e não faz com que o estudante busque o conhecimento, está obsoleta. Quem não tem contato com a tecnologia em casa chega à escola com a expectativa de ser incluído no universo tecnológico no ambiente escolar. O aluno se torna mais ativo no processo de construção do conhecimento.”
Giselma Augusto, professora de história da rede pública de ensino.

“É interessante que as escolas tenham computadores disponíveis aos alunos e professores. É uma oportunidade de estar atualizado e buscar qualquer tipo de informação. Além disso, os computadores despertariam o interesse dos estudantes para as aulas. O governo precisa assumir a responsabilidade de colocar a informática nos colégios. Essa é uma necessidade hoje em dia.”
Juliana da Silva Araújo, 17, acabou de concluir o ensino médio.

“É de suma importância utilizar a informática nas escolas. Acho que os alunos se interessariam mais pelo estudo. A internet facilita a busca pelo conhecimento e aumenta as possibilidades de pesquisa. Há muitos estudantes que não têm contato com essas tecnologias em casa, por conta da condição financeira, e é importante que a escola ofereça essa oportunidade.”
Conceição Almeida Aguiar, professora de geografia da rede pública.

“O computador faz falta na escola: para fazer pesquisas, trabalhos. Acho que as aulas ficariam mais interessantes se as escolas oferecessem acesso à informática. Para os professores também faz falta. Eles poderiam preparar melhor as aulas. Eu não tenho computador em casa. Quando preciso, tenho que pedir para usar o de algum amigo.”
Bruno Silvano dos Santos, 17, está no 2º ano do ensino mé

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Criei meu primeiro blog

Hoje fui trabalhar, como sempre. Levantei-me às 6:40hs. Preparei-me e fui para meu primeiro trabalho. Lá chegando, dei o melhor de mim. ÀS 12:30 horas, fui para minha segunda função. Fiz o que pude de mais legal. Fui para o curso de auto escola, vim para o curso do proinfo. Meu marido virá me buscar. Terei que ser uma esposa exemplar ao chegar em casa. Peço a Deus que me dê forças para suportar a correria e agitação diária.
Sem mais,
Edmara